Gênio Indomável
- Paulo Jr
- 1 de set. de 2015
- 2 min de leitura

Uma vez perguntaram à Einstein como era ser o homem mais inteligente do planeta e ele respondeu: “Não sei. Pergunte a Nikola Testa”. Todo o estudante de física o conhece, mas não há dúvidas de que um dos maiores gênios da humanidade é também um dos menos lembrado e mais injustiçado. Nikola Tesla, nascido no antigo império Austro-Hungáro, em uma região atualmente pertencente à Croácia, é frequentemente lembrado apenas pela corrente alternada e pela bobina que leva seu nome. Porém, suas descobertas, sobretudo no campo da comunicação são aplicadas diariamente no desenvolvimento de novas tecnologias, sem que Tesla receba o devido crédito.
Acima de inventor, Tesla era um visionário, e um “show man” muito além do seu tempo. Com a descoberta da corrente alternada, Tesla descobriu e afirmava que a eletricidade estava em tudo e em todos, e trabalhava em maneiras de captá-la, a transmitir pelo ar e utilizá-la em larga escala de uma maneira barata e sem impacto para o equilíbrio do planeta. Porém, como era de se esperar, foi cerceado por contemporâneos por ir de encontro ao interesse da classe dominante da época, criando um inimigo em particular muito poderoso, Sir Thomas Edison. O relacionamento de ambos no início foi ótimo, visto que Tesla veio trabalhar nos Estados Unidos justamente para Edison, em Nova York, mas logo as divergências entre a sua corrente alternada e a corrente contínua defendida por Edison, os afastaram, como Edison já controlava a distribuição de energia e possuía uma forte e lucrativa empresa, financeiramente foi fácil abafar o rival. Porém, com o auxílio de Westinghouse, que comprou suas 40 patentes ligadas à produção e geração dessa corrente alternada, acabou por vencer a chamada “guerra das correntes”, pela praticidade e brilhantismo de sua invenção é a corrente utilizada até os dias atuais.
Outra batalha, esta perdida, foi com relação à patente do rádio, Tesla conseguiu desenvolver um sistema de transmissão de ondas sonoras á distância, quase uma década antes do italiano Marconi, que baseou toda a sua “descoberta” em estudos de Nikola Tesla, assim como o padre brasileiro Landell de Moura, que também transmitiu antes do conhecido inventor, mas Marconi conseguiu o registro da invenção como sua, devido a sua influência e poder econômico. Com relação a poderio econômico, Tesla sempre ficou atrás. Todo o dinheiro que lucrava com a venda das patentes e royalties de suas invenções, Tesla reinvestia em suas pesquisas e sustentava suas peculiaridades, quem convivia com Tesla, reclamava de sua personalidade dominante, por muitas vezes, difícil de ser tratada, sem contar as inúmeras manias e superstições do inventor, que por vezes, dividia sua busca científica com assuntos mais obscuros como magia e alquimia.
Em poucas palavras, podemos afirmar que a humanidade deve muito a Tesla, mas poderia dever muito mais e talvez deva um dia. As contribuições de Tesla são inúmeras, na área da física, física teórica e em quase todos os campos da ciência, mas pelo que conhecemos de seus ideais e sua indubitável genialidade, o quanto mais poderíamos ter avançado no campo tecnológico se ele não tivesse sofrido as restrições que sofreu na época? Jamais saberemos.
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